
«não passeies o teu amor rente ao precipício.
guarda-o dos espaços abissais,
das falas minadas pela perda.
são esses os corpos que te ferem o sangue
ainda que te demores neles
um instante apenas.
não toques essa corda.
essa corda traz infortúnio,
rodeia-te de morte,
faz-te descer até onde não podes
pronunicar o teu próprio nome.
não leves o teu amor pela noite.
espera a aurora no teu abrigo ou na tua nuvem.
verás como a primeira claridade é
corda que não desafina.
toca essa corda.»
vasco gato
Sem comentários:
Enviar um comentário