"então a vida abater-se-á sobre a folha de papel onde verso a verso me ilumino e me desgasto." al berto.
31 agosto, 2006
15 agosto, 2006
│neverending tender│
a infância dos corais,
de sonho em sonho,
desce as estrelas
desdobra o mar atrás das nuvens
com o nascimentos dos dias na mão
e o segredo que procura
espreitando pela iris do seu coração interminável.
és, no céu, ave rara
que voa nas páginas do segredo das estrelas.
14 agosto, 2006
│arabesco│

para uma criança morrer
absoluta e cadáver
dão-lhe o inferno para crescer
chamam destino ao que a morte cria
e noite à verdade dos dias
tiram retratos que a morte desfoca
e permitem que se passe entre os mortos.
ninguém se levanta dentro do seu próprio coração.
ou da minha janela não se vê mais nada.
ouve-se o silêncio contra mim
e chove a morte contra os vidros.
ardiam cidades no meu sono
até que o mar queimou o mar
e nada passou a ser tudo.
pedro sena-lino
let's pretend, by tindersticks
absoluta e cadáver
dão-lhe o inferno para crescer
chamam destino ao que a morte cria
e noite à verdade dos dias
tiram retratos que a morte desfoca
e permitem que se passe entre os mortos.
ninguém se levanta dentro do seu próprio coração.
ou da minha janela não se vê mais nada.
ouve-se o silêncio contra mim
e chove a morte contra os vidros.
ardiam cidades no meu sono
até que o mar queimou o mar
e nada passou a ser tudo.
pedro sena-lino
let's pretend, by tindersticks
12 agosto, 2006
11 agosto, 2006
│câmara escura│

passo horas aqui, neste cubículo umbroso e húmido. finjo ver através do corpo que é a alma e do mistério maior que é o tempo. tenho tempo para conjecturar. tempo entre clientes.
tenho tempo nas pausas que fazem. longas pausas, monólogos maiores. visitam-me para falar. sou o fundo do poço onde segredam, inclinados. as pessoas falam, emendam-se ao falar, consertam-se. revelam-se prontas para a luz. saem para a luz como se nunca voltassem à sombra.
eu próprio dou longos passeios junto ao mar, à flor da luz... tenho pena de não saber nomear as aves. aquele pássaro de sombra. ave de arribação entre a culpa e o desejo, em que poço bebes? em que poço bebo eu?
estou aqui, sempre. é difícil lembrar o mar, aves, estrelas, e outros exageros. chegam-me antes as histórias de quem as visita. aparecem-me do negro, como em negativo. continue, por favor. prometo ouvi-lo. prometo não me esquecer de si.
alguns tentam aprender a odiar. à beira de um abismo, de um poço em que cada fiada de pedra é um ano de vida. por vezes sabem coisas em que eu nunca tocarei. gritam. rezam. e sem haver deus. e fazem silêncios enormes que me doem no estômago. há coisas que não cabem em nós. é preciso aguentar, esperar que passe. e tudo passa, não é verdade?
o meu criador é a Vergonha Enorme, aquela mão que ilude. no meu teatro anatómico amontoam-se frascos de vidro. órgãos que não serviram, partes, promessas boiando em formol. assim se encontra o coração de um tímido.
escondo-me da minha própria história, porventura.
duvido muito. recomeço sempre. também é essa a minha história. raramente sinto a presença. tenho a confiança mas duvido. suspeito que a ordem do mundo seja perfeitamente insondável. neutra.
tenho dias. imagino o que seria ter grandes conselhos para dar. instruções de voo. como planar sobre a cidade. ultrapassar os cabos eléctricos. cuidados a ter com o fogo das estrelas.
sermos só mais um ponto no céu da noite.
francisco sousa lobo
10 agosto, 2006
│coração de arame│
09 agosto, 2006
07 agosto, 2006
04 agosto, 2006
02 agosto, 2006
│sospensione│
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│the end│
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