"então a vida abater-se-á sobre a folha de papel onde verso a verso me ilumino e me desgasto." al berto.
26 novembro, 2006
│unlisted wishlist # 7│
ooh child things are gonna get easier
ooh child things will be brighter
someday, yeah, we'll put it together and we'll get it undone
someday when your head is much lighter
someday, yeah, we'll walk in the rays of a beautiful sun
someday when the world is much brighter
ooh child things are gonna get easier
you just wait and see how things are gonna be.
ooh child, by beth orton.
24 novembro, 2006
22 novembro, 2006
│quatro cantos│
porque há dias em que basta um ápice de realidade, de pessoas no metro, da maquinaria do quotidiano, até mesmo do sucesso da viagem do homem à lua, da amálgama violenta do mundo, da vida dos milhões de pessoas que se mexem no mundo, para dissolver o nosso microplaneta apocalíptico íntimo que erroneamente julgamos ser tudo o que existe.
e há outros que não.
golden cities, by lisa germano.
e há outros que não.
golden cities, by lisa germano.
18 novembro, 2006
│privados de um crime│
in performance audiovisual de os suicidas sabem porque morrem.
música de barry adamson, on the wrong side of relaxation.
17 novembro, 2006
│a seguir do deserto│
um pouco de fúria,
um pouco de salto,
um pouco de fenda,
um pouco de violência,
um pouco de rubra luz,
um pouco de cegueira,
um pouco de ruído,
um pouco de cimento,
um pouco de grito,
um pouco de guitarra eléctrica
para activar a manhã, o corpo, a vontade, o motivo, e um caminho que se abra ao caminhar.
where i end and you begin, by radiohead.
15 novembro, 2006
14 novembro, 2006
12 novembro, 2006
│(cl)ave│
11 novembro, 2006
│involuntários│
paisagens desérticas que entorpecem as vidraças dos corpos. escuto a cidade nos búzios urbanos, no interior de ruelas de urina e sangue, graffitis que testemunham a venda dos corpos vagabundos, animais endurecidos nas mãos, cheiros amargos, paisagens privadas de haxixe, pobreza e velhice até ao vómito nesta cidade que enxergo mal, marulhando vida e morte em ofegantes cocktails de luz. mordem a noite até não arder mais nada.
juntos tocamos longe devagar pétalas, madeira queimada ou lua incandescente do vulto entornado sobre o crepúsculo.
juntos tocamos longe devagar pétalas, madeira queimada ou lua incandescente do vulto entornado sobre o crepúsculo.
deixo a noite apagar-me descansadamente.
09 novembro, 2006
│preciosas levadas de simplicidade│
pelos corredores da manhã ainda nocturna, onde as casas recolhidas ainda vogam na ignorante quietação do sono.
modo inabitual de aceder ao fim da noite, com a intensidade de um escarpado frente ao mar.
entro num café aberto e vazio com dificuldade decrescente, tenho duas horas de espera para acordar o talento da vida real. iniciam-se os retratos.
uma senhora gorda e rosada entra como se em casa entrasse, e com um desajeito que pertence a quem muito já viveu, diz enquanto se dirige trôpega para a mesa: quando for eu, duas carcaças! encontra um jornal em cima da mesa e exclama: quem deu? foi o alfredo? alguém responde. sensações de percorrer grandes distâncias sem me mover. folheia o jornal disparando ocasionais comentários e pergunta de voz robusta: está doente o manel? não veio ontem! alguém lhe diz: não, vem mais tarde. pessoas entrando e sentando na mesa da senhora, como num confessionário de quotidianos para arrumar. um senhor parecendo um penhasco distraído queixa-se de dor de dentes, pormenorizadamente. olha, a gina também está desesperada da boca e não tem nada nos dentes, é gengiva! acalora-se um diálogo colectivo sobre enfermidades orais e respectivas terapêuticas inventadas, ao qual assisto fascinada capaz da maior imagem.
ouve-se do balcão: ai o carago, já estou aqui à espera há mais de uma hora! a senhora rosada replica: não inventes, também para inventar estás aí tu! e ouve: oh, deixe-me ser feliz! sorrisos imperceptíveis em percalços pelo ar.
atmosfera íntima de uma novela doméstica, rostos rosados em explosão iminente contendo a custo a ferocidade da natureza. sem saber, recebe a minha reverência quando lhe servem o galão e as duas carcaças e diz, com inexprimível convicção de aço: ora vamos lá começar o dia! e dá uma valente trinca no pão.
consigo ainda reter a vontade maior de acordar em mim uma semelhante habituação para melhor sustentar algo daquilo que até hoje não sei.
modo inabitual de aceder ao fim da noite, com a intensidade de um escarpado frente ao mar.
entro num café aberto e vazio com dificuldade decrescente, tenho duas horas de espera para acordar o talento da vida real. iniciam-se os retratos.
uma senhora gorda e rosada entra como se em casa entrasse, e com um desajeito que pertence a quem muito já viveu, diz enquanto se dirige trôpega para a mesa: quando for eu, duas carcaças! encontra um jornal em cima da mesa e exclama: quem deu? foi o alfredo? alguém responde. sensações de percorrer grandes distâncias sem me mover. folheia o jornal disparando ocasionais comentários e pergunta de voz robusta: está doente o manel? não veio ontem! alguém lhe diz: não, vem mais tarde. pessoas entrando e sentando na mesa da senhora, como num confessionário de quotidianos para arrumar. um senhor parecendo um penhasco distraído queixa-se de dor de dentes, pormenorizadamente. olha, a gina também está desesperada da boca e não tem nada nos dentes, é gengiva! acalora-se um diálogo colectivo sobre enfermidades orais e respectivas terapêuticas inventadas, ao qual assisto fascinada capaz da maior imagem.
ouve-se do balcão: ai o carago, já estou aqui à espera há mais de uma hora! a senhora rosada replica: não inventes, também para inventar estás aí tu! e ouve: oh, deixe-me ser feliz! sorrisos imperceptíveis em percalços pelo ar.
atmosfera íntima de uma novela doméstica, rostos rosados em explosão iminente contendo a custo a ferocidade da natureza. sem saber, recebe a minha reverência quando lhe servem o galão e as duas carcaças e diz, com inexprimível convicção de aço: ora vamos lá começar o dia! e dá uma valente trinca no pão.
consigo ainda reter a vontade maior de acordar em mim uma semelhante habituação para melhor sustentar algo daquilo que até hoje não sei.
08 novembro, 2006
│messiânico│
01 novembro, 2006
│exposition florale│
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│the end│
perdeste o nome como eu há muito perdera a infância. trying to stay awake noite turva pelo tamanho do medo and remember my name tentando luc...
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eight cognition all you've left, by six organs of admittance. de mansinho, uma árvore migratória vem vertebrar-me os dias. uma folha bal...
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sobre cada papel o vapor do chá , o ruído natural que o descanso aquece na página. o incenso tece, como qualquer flor, um berço nas árvores ...