depois da bonança veio a tempestade.
cicatrizo pela cidade cidade cinzenta, respiro com insistência os sons que trago nos bolsos, procuro a atmosfera íntima do centro da vida, trafico as ruas serpentinas e estreitas, com cheiro a esperma seco e a urina velha, a cidade acolhe o vómito que não aguenta demorar no espírito. a procissão urbana seduz-me, começa a arder, caminho dentro das chamas.
cada rosto passa leve, entre todos passo pesada e ninguém vê, cegam-me os olhos, não vejo por onde ando, só sei que ando, deve ser para algum sítio, mas não sei se quero voltar, entre muros que se cerram, perto da ruína, vou cair, espero que ninguém repare.
2 comentários:
eu reparo.
impossivel nao reparar.
... :)
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