28 fevereiro, 2007

│endoderme│






sendo em definitivo pedra. rochosa.

se puder escolher, tentarei ser um grande rochedo no meio do mar, para continuar a recolher a tristeza dos que se vêm sentar a olhar a sua vastidão, por horas esquecidas. os dias e as noites em melancólica sucessão, sol levantando e caindo ao redor, com uma lentidão informulável, e talvez pudesse interrogar a um velho marinheiro que rota escolhem as longínquas aves salinas. talvez pudesse sonhar, com a exactidão de um velho marinheiro, essa inacessível rota do mar.

sendo em definitivo poderosamente só. se puder escolher.

25 fevereiro, 2007

19 fevereiro, 2007

│moon palace│





grau degrau degradar dar

por baixo do chão um caminho branco
e à volta transeuntes tão alheios
à cintilação secreta de um mar
em todas as imagens que se esquivam,
agudamente.

21 janeiro, 2007

│em grande sido│





sobre cada papel o vapor do chá,
o ruído natural que o descanso aquece na página.
o incenso tece, como qualquer flor, um berço nas árvores em sete mares
um verso além das montanhas que roda nos eixos da imaginação.

cada silêncio convida um mar
uma aba branca branca como a vaga enumeração de uma chama.

20 janeiro, 2007

│vez de onda│


«eu vinha para a vida, e deram-me dias»
vivos com os seus lugares e espaço.
ontem nasci sem fim, e alimentei-me
nesta mesa que em duas se reparte.
uma aba no mar, vagante à toa,
trouxe os sabores de ondas, de orlas.
outra aba na terra mostrou-me as pedras
polidas, úberes, gastas. pedras
densas que me encheram o ventre
e me criaram similar à terra.
no mar tive cristais quebrados, jóias;
na terra, tão nítida poeira branca
que fundi as formas das flores visíveis.

e hoje é este olhar profundo,
deriva das imagens pelo mundo."

fiama hasse pais brandão dorme em leito de fogo.

│the end│

perdeste o nome como eu há muito perdera a infância. trying to stay awake noite turva pelo tamanho do medo and remember my name tentando luc...